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Desperdício de tempo: o mal da humanidade

A gestão do tempo é um assunto que sempre me chamou a atenção. Há muito, vivo cercada de questionamentos acerca de como estamos à mercê do dia de hoje e também vivemos presos ao passado. Não muito raro, temos uma preocupação insana com o futuro, enquanto que o agora se esvai entre os nossos dedos.

Vejo muitas pessoas desejando que o dia tivesse mais do que 24 horas, porque não conseguem fazer tudo o que precisam no tempo que têm disponível. Ao pesquisar mais afundo sobre o tema, percebi que, na verdade, muitos dos que reclamam da escassez do tempo desperdiçam o dia em tarefas vazias, sem propósito, nem resultados.

Nesse contexto, a máxima de que “tempo é dinheiro” nunca teve um sentido tão atual quanto agora, quando as empresas preferem colaboradores eficazes em gerenciar suas horas de trabalho. Com propósito definido, uma pessoa com foco em resultado, por exemplo, consegue produzir infinitamente mais do que outra acostumada em executar várias atividades ao mesmo tempo, o que gera dispersão e a própria falta de foco. Na contramão da produtividade, há também o perfil profissional que, ao não ter metas claras, se distrai e passa horas executando tarefas irrelevantes, muitas vezes, importantes pra os outros e não para o que se espera dele. Essa postura desleixada produz estresse e baixo rendimento profissional.

Os neurocientistas afirmam que outro vilão do desperdício de tempo é a interrupção. Cada vez que chega uma mensagem no celular, um e-mail na caixa de entrada, ou um colega de trabalho em nossa sala para falar de assuntos pessoais, demoramos de 7 a 14 minutos para retomar a concentração naquilo que estávamos fazendo.

Nesse redemoinho, uma frase atribuída ao biólogo britânico Charles Darwin, autor de A Origem das Espécies, mostra a importância do assunto: “O homem que tem coragem de desperdiçar uma hora do seu tempo não descobriu o valor da vida.” Acredito muito nessa ideia, uma vez que as pessoas perdidas na conclusão da vida pessoal e profissional se sentem frustradas. Milhares sofrem de ansiedade, se tornam vítimas das doenças modernas (estresse, depressão etc) e, consequentemente, perdem a noção de valor nas horas, minutos e segundos vividos.

Lidar com tempo talvez pareça complicado. Entretanto, para quem utiliza uma ferramenta simples – como agenda – a rotina ganha outro propósito, que é “realizar”. Com certeza, estamos vivendo numa época em que passar o dia enrolando no trabalho e ganhar o salário no fim do mês já não é mais o que os colaboradores desejam. Percebo que as pessoas querem ser reconhecidas por aquilo que entregam, mas algumas se sentem desorientadas, no sentido literal da palavra, por não conhecer o caminho da produtividade.

O meu conselho é despertar do sono profundo da apatia e enxergar nos sonhos pessoais e profissionais metas a serem atingidas, algo palpável e que possa ser mensurável. Depois, é preciso descobrir o que consome o seu tempo com futilidades e cortar o mal pela raiz. Por último, precisamos entender a velha história das prioridades: primeiro o mais importante!